
De O Globo:
Rio - Ex-colegas de Wellington Menezes de Oliveira revelaram que o autor do ataque à Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo , teria sido vítima de bullying na época em que ele era aluno do colégio. Na sala de aula, Wellington sofria intimidações constantemente. Os estudantes chegaram a lhe dar o apelido de Sherman, em referência ao famoso nerd interpretado pelo ator Chris Owen no filme “American Pie”.
Ainda segundo informações passadas por dois rapazes que estudaram com o atirador, Wellington também era chamado de “suingue”, pois andava mancando de uma perna.
Wellington Menezes de Oliveira
- O Wellington era completamente maluco. Era perceptível na sala de aula que ele tinha algum tipo de distúrbio. Ele era muito calado, muito fechado. E a galera pegava muito no pé dele, mas não a ponto dele fazer isso (o massacre) – disse o estudante Bruno Linhares, de 23 anos, que quando soube do ocorrido foi até a porta do colégio para prestar solidariedade.
- Uma vez, um colega bateu nas costas do Wellington e disse brincando: “Cara, a gente tem medo de você porque um dia você ainda vai matar muita gente”. Foi brincadeira, mas agora parece até que foi uma profecia. Sinceramente, não sei porque ele não fez isso com a nossa turma.
Perfil falso
Um perfil anônimo no Orkut postou, sete dias antes da chacina na escola Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, uma mensagem que falava de uma chacina num colégio do Rio de Janeiro.
O texto, que também foi publicado por um perfil falso do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) na mesma rede social, num fórum que debate o bullying, afirma que “Em breve teremos um documentário estilo Columbine nas telinhas nacionais”, se referindo ao massacre na escola americana em Littleton, Colorado, que terminou com 15 mortos e 25 feridos .
“Nem estou chorando, apenas me preparando para uma chacina que irei fazer no colégio que fui bulinado. Em breve teremos um documentário estilo Columbine nas telinhas nacionais. Aguardem….”, diz a mensagem.
O deputado Jair Bolsonaro afirmou, na tarde de [ontem], que não sabia sobre o perfil falso. Bolsonaro disse ainda que não possui qualquer conta numa rede social, e se colocou à disposição para ajudar em qualquer investigação.
Bem armado
O homem que provocou a tragédia de ontem entrou na escola com duas armas e mais de 70 projéteis. Um revólver calibre 38 está com a numeração raspada, o que impede a polícia de rastrear sua origem. O outro revólver, um calibre 32, pertence a um homem já falecido.
Um dos filhos dele foi localizado em sua casa, em Botafogo, e levado para depor na Divisão de Homicídios (DH). Ele disse aos policiais que a arma fora roubada em 1993, levando a polícia a praticamente descartar seu envolvimento com o assassino.
Wellington Menezes de Oliveira tinha ainda em sua mochila pelo menos 12 speed loaders, um acessório usado para carregar as seis balas de um revólver com rapidez. A peça, segundo especialistas em armas, pode ser comprada por qualquer pessoa em lojas que vendem equipamentos de caça e pesca por até R$ 30, cada.
De acordo com policiais, Wellington teria feito cerca de 50 disparos dentro da escola apenas com o revólver calibre 38 e, por isso, teria usado pelo menos nove speed loaders. A polícia encontrou com Wellington 22 balas intactas.
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